Minha história com os emuladores

terça-feira, 22 de julho de 2014



 Meninas, voltem pra cozinha porque agora é hora dos homens conversarem. Zoeira. Fiquem por aí. Zero machismos por aqui, apenas humor.

 Eu não sei como funcionou com vocês, mas quando eu era um pirralho remelento, a coisa que mais me divertia fora ficar sozinho em casa e bater punheta, era jogar videogame e passar algumas horas olhando merda na internet. Foi aí que eu descobri o Calcanhar de Maracujá inclusive (Se você não é roots na Internet digita no Google aí e clica em “Estou com Sorte”, porque você precisa passar pelo ritual pra entrar pro Clube da Internet antes de ler meu site).  E foi na internet que eu descobri as maiores fontes de alegria que poderia existir pra vida de um menino nerd desocupado: peitos de graça a qualquer hora, fóruns e materiais sobre teorias da conspiração, lendas urbanas no Orkut e Emuladores!! Eu tinha tudo pra ser um gordo metaleiro esquisito pra cacete. Consegui a maioria, menos a parte do gordo.

(quase) eu na época 

 Emuladores pra quem não sabe, são versões pirateixon dos videogames que rodam em computadores pra você que é pobre poder jogar sem entrar num desconforto socioeconômico e se tornar um excluído social do bondinho dos nerds. Você baixa uma ROM, um arquivo compatível com o emulador, e joga um joguinho que vinha dentro dele. Tipo uma fita, só que de graça. Uma ferramenta que te possibilitava na verdade dos fatos poder jogar videogame enquanto esperava o pornô Youtube carregar minimizado.

 Eu gostava muito de jogar vídeo game, mas eu gostava mais ainda de passar horas no computador. Quando eu descobri que eu podia jogar vídeo games no computador, a sensação foi basicamente de tomar uma Dinamite Pangalática num gole só (Procura no Google aí tbm pq eu não sou professor de ninguém não). 
Num belo dia, um grade amigo meu chegou em casa com um CD ROM com uma estampa vermelha e amarela escrito em letras garrafais:


 EMULAROM 1001 

GAMES  GRÁTIS!!!!



Mano, isso deve ter vírus pra caralho...
 De início eu achei que o maluco tava querendo foder meu PC com esses pacotões de software de banca de jornal, mas depois de um tempinho, sem muita insistência eu resolvi colocar o CD no no PC pra ver o que na verdade se tratava aquilo. Ele vinha com um manual que te pedia pra instalar vários programinhas chamados emuladores. Tinha GBA, SNES, Nintendo 64, Megadrive e um tal de Neo Geo que pouco importava, pois da lista era o único vídeo game que eu nunca havia tido contado - nunca testei mas deve ser uma bosta - e você devia executar o apontamento para pastas com o mesmo nome do emulador, que para minha surpresa...


Eu exatos 4 segundos depois.  
 Eram tantas cores, tantos títulos, tantas opções, tantas aventuras, caras, as CORES!! 
 Eu finalmente tinha tudo pra ser um filho da puta gordo escroto sem pretensão nenhuma de futuro. Eram tantos jogos que eu poderia gastar todas as horas da minha vida jogando fazendo pausas apenas pra ir ao banheiro e me alimentar, o que seria facilmente resolvido se eu pudesse almoçar em frente ao computador e levasse garrafas pet pra depositar meus resíduos. Um tanto cômodo e nojento, mas era um sacrifício que eu estava disposto a fazer. É claro que eu não levaria isso de forma tão radical, mas confesso que minha cabeça entrou em looping projetando estas soluções contra a minha vontade. 
 Eu poderia finalmente zerar Super Mario e Yoshi Island (melhor jogo), passar horas explorando Hyrule no Ocarina do Tempo - Eu já encantado pela alta tecnologia que me permitia zanzar por aí num mundo aberto todo em 3D digital lotado de criaturas mágicas e monstros - Me empolgar com a trilha sonora de Sonic e conseguir o feito de zerar Donkey Kong que era praticamente impossível no console. Na minha cabeça eu era o cara mais socialmente e economicamente bem sucedido do planeta.

 É claro que a euforia foi tanta que eu não consegui jogar nenhum jogo direito, porque eu ficava pulando de um pro outro pra "testar uns negócio", e logo eu desanimei dessa bagaça.

 Não se passaram nem duas semanas quase e eu já começava a sentir um vazio existencial que só poderia ser preenchido com uma dose de entretenimento muito louco. Já voltei pros meus joguinhos. Essa foi a primeira vez que eu zerei Pokemon Fire Red do Game Boy inclusive.
 Pra não me entediar com os joguinhos de novo, deixando-me levar pelos jogos chatos pra caralho que eu testava, decidi fazer uma pesquisa no Orkut pra correr atrás de umas indicações de joguinhos dos consoles pra que eu me divertisse pra valer - tuntz tuntz - e foi nessa mesma comunidade que eu conheci uma parada chamada CHEATS.  

 Cheats, quem nunca usou cheats nos joguinhos?? Não me venha com essa cara de "Ah, sou jogador de verdade, nunca precisei disso não" - A gente sabe do seu  Jetpack legalzão GTA San Andreas seu mané. 

 Cheat Codes, esse foi meu primeiro contato com os SHIT CODES. Um cara me passou um código, uma sequencia de números que eu colava em uma aba do menu do emulador do N64 e me concedia vidas infinitas e possibilidade de voar com o Link no Legend of Zelda. Minha cabeça explodiu. A sensação deve ser a mesma de usar crack pela primeira vez na vida, e as consequências também. Depois que usei pela primeira vez, só consegui me concentrar em buscar mais e mais e mais cheat codes para os meus joguinhos, chegando até a não conseguir mais jogar nada sem trapaças porque era "muito sem graça". Com o tempo tudo perdeu a graça, e mesmo assim não conseguia mais viver sem. Reparem que a semelhança do Cheat Code e as drogas são parecidíssimas. A diferença é que eu não vendi a mobília da minha vó pra comprar mais. 

 Desde então a luta foi muito grande pra sair dessa vida. Sem Deus e minha família isso tudo não seria possível. Devo tudo a eles.  Deus por queimar a fonte do meu PC, e minha família por não querer desembolsar uma graninha pra eu trocar a bagaça. Um mau necessário, levei como uma reabilitação. 
 Algum tempo passou e eu fiquei impossibilitado de jogar meus joguinhos, fui conseguir outra fonte pro PC só no meu aniversário que venho depois de cerca de um mês e meio. O suficiente pra eu ficar ansioso o suficiente pra me curar do vício dos cheats por estar desesperado pra jogar qualquer bosta que aparecesse pulando em pixels na minha frente. E foi assim que aconteceu. Não saí de casa nem pra comprar pão por bastante tempo. Minhas férias de inverno foram as melhores que eu já tive. Banho? Só quando era ameaçado de ser expulso de casa. 

 Hoje eu ainda tenho um apreço muito grande pelos emuladores e joguinhos antigos. Desde que entrei na adolescência, já tendo uma vida social, namorada, amigos e bares pra passar as noites de sábado, eu zerei Pokemon mais umas 4, 5 vezes no emulador do GameBoy do Android que eu baixei e forma ilegal pra não pagar a taxa na Google Play (FBI PEGA EU!). Fora os joguinhos que eu sempre levo no bolso pra jogar enquanto pego uma fila ou no caminho pra faculdade. 

 Se tem um joguinho que eu guardo no coração até hoje e provavelmente foi amar até morrer é Pokemon Fire Red. Aquele joguinho viciante pra caralho que tem gráfico ruim. Esse jogo veio com uma proposta de deixar o ocidente no chinelo e provar o quanto o Japão é capaz de produzir coisas fodas pra dominar o mundo, exceto pelo fato de que foi feito pra crianças de 9 a 12 anos e na verdade atingiu um público dos 17 aos 45. 

"Já pegou os 3 lendário?" 

 Hoje eu levo os emuladores onde quer que eu vá. Seja no notebook, no celular no tablet, eu nunca dispenso a companhia de um joguinho "roots" pra matar o tempo. Jogo de desde Power Ragers, The Legend of Zelda - Link to the Past, Smash Bros, Super Mario, Pokémon e vários outros joguinhos que a Nintendo fez pra melhorar o mundo. E você? Você ainda curte passar um tempinho nos emuladores? Quais são seus joguinhos favoritos que você faz questão de levar a fita no bolso interno da jaqueta só pra mantê-los perto do coraçãozinho? - Eu sei, isso saiu meio gay - Deixe nos comentários! 


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